“Vós todos sois filhos de Deus pela fé no Cristo Jesus.” (Gl 3,26)

Caro Colaborador/Colaboradora,

Ao longo da história, a Campanha da Fraternidade tem abordado vários temas, todos muito concretos, diretamente ligados à vida das pessoas, das comunidades e de todo o povo brasileiro e com isso nos convida à conversão e nos faz refletir sobre o quanto podemos melhorar a nós mesmos e o mundo.

Somos diferentes e a nossas diferenças não são, em si, um problema. São nossa riqueza. Às vezes somos divergentes, e há pessoas que são até oponentes. No entanto nada deve nos impedir de cumprir o mandamento maior de Jesus: “que vos ameis uns aos outros”. Aquele que diverge de mim é alguém que, tanto quanto eu, tem direito de existir, de divergir, de ser diferente, de pensar e agir diferente. Por isso, nunca deve ser visto como um oponente a ser vencido, abatido, mas sempre como um irmão, uma irmã, pois o ideal cristão é a inclusão, a cooperação e a comunhão e não a indiferença, o combate e a eliminação.

Infelizmente, na sociedade em que vivemos, imperam cada dia mais a intolerância e o consequente desejo de eliminar o diferente, seja uma eliminação real (homicídio), seja uma eliminação virtual (cancelamento). Observamos o esvaziamento da força do diálogo na comunicação; a superficialidade das relações através de redes sociais; e, não são poucas as pessoas que têm experimentado divisões dentro da própria família, e da comunidade religiosa.

Nossa sociedade, hoje, está dividida. Poderíamos ser apenas diferentes, mas nos dividimos, erguemos muros de separação. Nossa sociedade é desigual e o fosso da desigualdade aprofunda a divisão. Nossa sociedade é excludente; abaixo dos considerados improdutivos, encontramos os excluídos, pessoas em situação de rua, os encarcerados, os refugiados, a esses a sociedade não quer nem ver. Em um olhar não apenas sobre o Brasil, mas sobre o mundo, o Papa chama nossa atenção para o que ele denominou como “terceira guerra mundial em pedaços”.

Isso significa que estamos vivendo um tempo em que a individualização, a separação e a divisão se tornaram critérios determinantes a ponto de não valorizarmos mais a vida de cada pessoa e de todas as pessoas. (CF 2024 – Texto Base: VER: Onde está o teu irmão?) Ao nos aproximarmos da Páscoa, somos convocados a enfrentar e vencer a “tentação de fazer uma cultura dos muros”. Que a paz e a alegria de Jesus Ressuscitado nos impulsione alargar os nossos círculos, e a promover a boa comunicação, o diálogo e a “cultura do encontro”. Feliz Páscoa!


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