Em homenagem à presidente do Abrigo Feminino Santa Clara/Associação Casa de Apoio Santa Clara, entidade parceira da Cáritas Arquidiocesana de Campinas, Terezinha Yassuko Ikeda Shibuta, que faleceu em 24/12/24, republicamos a história sobre sua missão no voluntariado, que ela cumpriu com amor incondicional. Nosso agradecimento também será eterno!

VOLUNTARIADO DE TEREZINHA – “TEMPO DEMAIS PARA LEMBRAR”.

Ao olhar o álbum de fotos, a voluntária e diretora da casa abrigo Associação Santa Clara, Terezinha Yasuko Ikeda Shibuta, 78 anos, faz o alerta: – “Mas como eu vou lembrar quando comecei na Cáritas? Faz tanto tempo…é tempo demais para lembrar”. Os 43 anos de voluntariado superam até mesmo o tempo de atividades ininterruptas da Cáritas Arquidiocesana de Campinas, o que explica a ação de Terezinha em favor de pessoas que precisam de ajuda, sejam as acolhidas por uma instituição ou não.

Terezinha foi uma das primeiras fisioterapeutas de Campinas e é a única da família paulistana a morar na cidade. O despertar para a ação voluntária começou em 1980, quando ela e o marido participavam do Encontro de Casais com Cristo, uma iniciativa da Igreja Católica. O convite à oração despertou a necessidade da ação, e assim o casal começou a busca por instituições e pessoas que precisassem de apoio.

O encontro com a Cáritas começou por meio da venda de pizzas, cuja renda era revertida para instituições e obras beneficentes. A iniciativa de parcerias pela caridade, a aproximou das assistentes sociais Rita Marchiore e Maria José Mamprin, integrantes da Cáritas Arquidiocesana de Campinas.

Os objetivos pessoais e as ações da entidade, principalmente a partir de 1992, geraram a afinidade necessária para engajar Terezinha na continuidade de obras conjuntas, que mais tarde a elevaram à condição de diretora do abrigo feminino Santa Clara, que acolhe mulheres em situação de vulnerabilidade social e seus filhos.

A voluntária ressalta que o trabalho de todos na Cáritas visa o potencial positivo das pessoas. “Aqui não importa o que se fez ou o que se deixou de fazer. Nas casas se aprende a ter autonomia”, se referindo à metodologia aplicada e ao acompanhamento pós-casa, que orienta a vida fora do abrigo.

Ao descrever o que motiva suas ações em prol do trabalho pela entidade, Terezinha dá um belo e emocionante depoimento sobre o que é o seguimento da doutrina cristã. “É lindo demais ver que Jesus vai capacitando a gente, apesar das limitações. Eu agradeço porque com toda minha dificuldade, a cabeça não foi prejudicada e eu posso trabalhar pelo outro”, diz ela.

Terezinha explica ainda como é a vida no abrigo, os desafios a superar diariamente e a vivência de fé e partilha entre as pessoas desprezadas pela sociedade. Uma forma de torná-las visíveis vem do toque e do abraço, que a fisioterapeuta propaga como uma necessidade constante. “Vocês não fazem ideia como um simples toque, mesmo na ponta dos dedos, pode fazer a diferença”, diz ela num tom de voz sereno e profundo.

Publicação original em Institucional – Cáritas Campinas


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