“Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31)

Caro Colaborador/Colaboradora,

Como sabemos, a Ecologia Integral não é um setor pastoral da Igreja, como um segmento que faltava e que agora está sendo preenchido, mas uma proposta desafiadora de integração de toda a pastoral e às esferas do agir humano (economia, política, cultura, educação, espiritualidade, estilos de vida…).
Buscamos caminhos para superar a complexa crise socioambiental pela qual passamos à luz da fé. A releitura de alguns textos bíblicos em perspectiva ecológica ilumina nossa caminhada como Igreja, como seguidores de Jesus Cristo.


“O Senhor Deus plantou um jardim no Éden”, para nesse espaço tão privilegiado, “colocar o ser humano”. Nasce um “rio” no jardim do Éden que, ao dividir-se em “quatro braços”, irriga toda as terras. De forma espetacular, a segunda narrativa da criação (Gn 2, 4b-25) contempla o ser humano como parte de uma casa comum, representada por um jardim e quatro rios.


As leis mosaicas ordenam o respeito às plantas. Para “cercar uma cidade”, por exemplo, somente “árvores não frutíferas” poderão ser usadas para “construir o cerco”, enquanto é proibido “danificar” e/ou “cortar as árvores frutíferas” (cf. Dt 20,19-20). Defende-se, assim, o princípio ético da restrição do acesso aos recursos naturais, a fim de proteger a vida do ser humano e o ambiente em que ele vive.


Jesus, na sua forma de anunciar a Boa-Nova do Reino de Deus, traz consigo várias conotações socioambientais, que se expressa nas parábolas, com sementes, árvores e seus frutos, como imagem do Reino. Na parábola do crescimento da semente (Mc 4,26-29), a terra é pensada como co-criadora. De certo, é “o ser humano” que “lança a semente sobre a terra”. Depois, porém, o agricultor “dorme e levanta”, passando-se “noite e dia, e a semente germina e cresce”. A terra produz sem que necessariamente o ser humano interfira. De forma semelhante, o Reino de Deus não é condicionado pela ação humana, mas fruto da ação da graça divina. Ao ser humano cabe acolher, deixar-se presentear, integrar-se, contemplar e tornar-se corresponsável pela dinâmica tanto da natureza quanto do Reino de Deus.


O Papa Francisco expressou seu desejo para o Ano Jubilar: “que a dimensão espiritual do Jubileu, que convida à conversão, se combine com estes aspectos fundamentais da vida social, de modo a constituir uma unidade coerente. (…) Não nos desleixemos, ao longo do caminho, de contemplar a beleza da criação e cuidar da nossa Casa Comum”. (CF 2025 – Texto Base: ILUMINAR/DISCERNIR).


Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas criaturas! Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã, a Mãe Terra, que nos sustenta e governa, e produz frutos diversos e coloridas flores e ervas.


Ao Papa Francisco, nossa gratidão e o desejo de que seu exemplo sempre nos inspire e motive.


Nosso parabéns para as mamães! Que Maria, Mãe de Deus e nossa, proteja a todas!

Abraços fraternos,

Equipe de Coordenação,
Cáritas Arquidiocesana de Campinas


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