“Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31)
Caro Colaborador/Colaboradora,
Nesta Quaresma somos convidados a contemplar a realidade com os mesmos sentimentos que há 800 anos inspiraram São Francisco de Assis a compor o maravilhoso Cântico das Criaturas, um verdadeiro hino de louvor ao Criador pela perfeita harmonia das criaturas. O povo brasileiro, em sua grande maioria, reconhece com gratidão o quanto Deus é generoso conosco! Nossa terra é fértil e nossos rios são abundantes! Os biomas brasileiros, congregando terra, água, fauna e flora na harmonia da criação são verdadeiros celeiros de vida!
As pessoas e povos que habitam esta terra são por natureza diversos. O Brasil é um país de acolhida e fraternidade. Quanta riqueza na arte, na poesia, na literatura, na música! Por tudo isso e muito mais: louvado sejas, meu Senhor, com todas as suas criaturas, com todas as nossas criações! Olhando para a presença e a bondade do Criador, em cada um dos seres e no seu conjunto, percebemos a íntima ligação de tudo o que integra a nossa Casa Comum.
A criação continua sendo o cenário visível da manifestação da bondade de Deus. No entanto, hoje, infelizmente, muitos seres vivos experimentam a vulnerabilidade e até mesmo a extinção e, por nossa causa, já não poderão dar glória a Deus com suas existências, deixando de comunicar a beleza e a bondade do Criador.
A crise socioambiental no mundo e no Brasil é complexa e tem muitas faces. O modelo de desenvolvimento baseado na exploração dos patrimônios naturais e na expansão desenfreada do consumo tem contribuído para uma série de problemas ambientais como a degradação do solo, o desmatamento, a poluição e a escassez de águas. As mudanças climáticas no Brasil têm causado prejuízos para a agricultura, aumento nos preços de alimentos e permanente riscos para as pessoas mais pobres nas cidades e nos campos.
O Papa Francisco constata que ainda “não estamos reagindo de modo satisfatório” e que “este mundo que nos acolhe está se desfazendo e, talvez, aproximando-se de um ponto de ruptura” (LD,2). Estamos diante de um dilema ético: ou mudamos nossa maneira de ser e agir no mundo, reeducando nossos hábitos e costumes na relação com toda a criação, cumprindo nossa missão de cultivá-la e guardá-la; ou deixaremos para as gerações futuras uma Casa Comum insustentável, contrariando os desígnios do Deus Criador. (CF 2025 – Texto Base: Ver/Ouvir).
Peregrinando com Jesus, mantenhamos acesa a chama da Esperança em uma Ecologia Integral, capaz de converter mentes e corações, transformar a realidade e reproduzir gestos fraternos e solidários em defesa da Casa Comum.
Abraços fraternos,
Equipe de Coordenação,
Cáritas Arquidiocesana de Campinas
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