“Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31)
Caro Colaborador/Colaboradora,
Em 2025, a Campanha da Fraternidade aborda outra vez a temática ambiental, consciente de que se trata de uma temática urgente. Estamos no decênio decisivo para o planeta! Ou mudamos, convertemo-nos, ou provocaremos com nossas atitudes individuais e coletivas um colapso planetário.
A Ecologia Integral não é apenas a ecologia verde, ou seja, o cuidado com a natureza, com as florestas, com os rios etc. e o combate à sua degradação. É também e sem dúvida o cuidado com a natureza, mas junto a ele, o cuidado com o meio ambiente, ou seja, com o ambiente em meio ao qual nós vivemos e nos relacionamos: da cidade, do trabalho, da família, da espiritualidade, enfim, o cuidado com todas as relações humanas e sociais que compõem a nossa vida nessa Casa Comum.
A Ecologia Integral não diz respeito somente à preservação do verde, mas a tudo que nos leva a uma vida de comunhão, respeito e colaboração entre as pessoas e o mundo criado, no campo e na cidade. A existência humana se baseia sobre três relações fundamentais intimamente ligadas: com Deus, entre os seres humanos e com a Terra. Elas foram rompidas pelo pecado (LS, 66). Por isso, precisamos nos converter, contribuindo para restabelecer a harmonia quebrada e continuamente ameaçada. A interdependência das criaturas é querida por Deus. Elas existem para se completarem mutuamente no serviço umas das outras (CIgC, 343). Precisamos superar a indiferença frente ao sofrimento da Terra e abandonar a idolatria dos desejos desordenados do consumismo e do materialismo.
A Quaresma é um período propício para intensificar o empenho no seguimento de Jesus, a relação fraterna com as pessoas e como mundo a nossa volta. Temos o dom e a tarefa de estarmos aqui e agora, com toda a beleza e bondade que o Senhor Deus criou, frente aos desafios do nosso tempo.
Ecologia, como “economia” e “ecumenismo”, derivam de oikos (grego), que quer dizer casa. O desafio para a nossa conversão nesta Quaresma é cuidar da casa: da casa interior de cada um de nós (espiritualidade), da casa em que habitamos (família), da casa em que passamos grande parte do nosso tempo (trabalho, escola), da casa em que nos relacionamos (cidade) etc e da nossa Casa Comum (o planeta Terra), pois nela, tudo está interligado. Tudo isso, sem nos esquecer de que “não temos aqui cidade permanente, mas estamos à procura da que está por vir” (Hb 13,14). (CF 2025 – Texto Base: Introdução).
Que Deus nos ajude a viver o caminho quaresmal neste ano jubilar, unidos na esperança.
Abraços fraternos,
Equipe de Coordenação,
Cáritas Arquidiocesana de Campinas
0 comentários